Vol. 8 No. 24 (2019)
Dossier

A representação da ação social na prática das religiões Afro-Brasileiras e Pajelança na Pan-Amazônia

Ana Lídia Cardoso do Nascimento
Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Sustentável no Trópico Úmido (PPGDSTU)/Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA)/Universidade Federal do Pará (UFPA).
Bio
Ligia T. Lopes Simonian
Universidade Federal do Pará, junto ao Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA).
Bio

Published 2019-11-21

Keywords

  • Pajelança-cura-religiões afro-brasileiras-políticas-ação social

How to Cite

Cardoso do Nascimento, A. L., & Lopes Simonian, L. T. (2019). A representação da ação social na prática das religiões Afro-Brasileiras e Pajelança na Pan-Amazônia. Amazonia Investiga, 8(24), 552–560. Retrieved from https://www.amazoniainvestiga.info/index.php/amazonia/article/view/1016

Abstract

Este artigo origina-se da tese intitulada “Ciência e o Sagrado na Amazônia. Encontros entre a tradição e modernidade nas práticas de pajelanças e religiões afro-brasileiras”, do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido - NAEA/UFPA. O objetivo da tese foi identificar a ciência presente nas práticas das religiões afro-brasileira e das pajelanças indígena e cabocla. Sabe-se que a vivência de práticas de pajelança ou curandeirismo são uma realidade no Brasil e na Pan-Amazônia. A intencionalidade da tese foi investigar junto aos “sujeitos autônomos de cura” definição dada por Oliveira (1983), tais como os pajés, pai ou mãe-de-santo, curandeira, rezadeira, como ocorre e se desenvolve os procedimentos e estratégias de cura, inerentes à sua religiosidade ou práticas, e como que pode se constituir em uma “ciência da sagrado”. Neste trabalho, apresenta-se o significado e caráter de ação social no contexto trabalhado, e como esta ação permeia e orienta as vivências e idiossincrasias dos sujeitos sociais envolvidos, sejam adeptos com vínculo fixo ou simpatizantes somente e seus impactos para a constituição do que se pode definir como uma ação coletiva e engendrada num cenário mais amplo. A análise será realizada sob a contribuição de Max Weber. A considerar que as ações sociais são implementadas por estas práticas no sentido de atendimento a grupos sociais em situação de vulnerabilidade social, e de construção de uma nova possibilidade de vida, e de um sentido para a mesma. Em muitos casos elas acabam como alternativa ou complemento enquanto ciência do sagrado, que por meio de poderes sobrenaturais ou naturais, espíritos, encantados, caruanas, curam as doenças ou resolvem os problemas de outras dimensões, tais como as financeiras, afetivas, espirituais, dentre outras. Assim, as ações sociais encontram-se encadeadas numa abordagem muito própria e de acordo com a idiossincrasia destas práticas.

Downloads

Download data is not yet available.

References

Berger, P. L. (2004). A construção social da realidade. Petrópolis: Vozes.

Bourdieu, P. (2007). A Economia das trocas simbólicas. Introdução, organização e seleção Sérgio Miceli. São Paulo: Perspectiva.

Demo, P. (2001). Pesquisa: princípio científico e educativo. São Paulo: Cortez; Autores Associados.

Edwards, E. (1997). Beyond the Boundary: a consideration of the expressive in photography and anthropology. In: Banks, M.; Morphy, H. (Org.). Rethinking visual anthropology. New Haven: Yale University Press. p. 53-80.

Fraser, M. T. D.; Godim, S. M. G. (2004). Da fala do outro ao texto negociado: discussões sobre a entrevista na pesquisa qualitativa. Paidéia, v.14, n. 28, p. 139-152. Disponivel em: <www.scielo.br/pdf/paideia/v14n28/04.pdf/>. Acesso em: 26 jul. 2015.

Godoy, A. S. (1995). Pesquisa qualitativa: tipos fundamentais. Revista de Administração de Empresas. São Paulo, v. 35, n.3, p, 20-29, maio/jun.

Llobera, J. R. (1974). Some Provisional Theses on the Nature of Anthropology, Critique of Anthropology. [S.l.:s.n.], p. 3-25.

Malinowski, B. (1997). Um diário no sentido estrito. Tradução Celina Falck. Rio de Janeiro: Record.

Minayo, M. C. S. (2010). (Org.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 29. ed. Petrópolis, RJ: Vozes.

Oliveira, R. C. de. (1996). Aventuras de antropólogos em campo ou como escapar das armadilhas do método. (Org.). Cardoso, R. C. de. (Org.). Aventura antropológica. São Paulo: Paz e Terra, p. 95-105.

Simonian. L. T. L. (2010). Indígenas de e em Belém: história, cultura e condições atuais. In: Simonian. L. T. L. (Org.). Belém do Pará: história, cultura e sociedade. Belém: NAEA.

Thompson, P. (2002). A voz do passado. História Oral. Paz e Terra.

Whitaker, C. (2015). O cotidiano das benzedeiras – entre rezas, poções e fé: as práticas sociais, a cultura e os sentimentos enquanto estudos da história. In: Pereira, L. C. S.; Rocha, H. V.; Rodrigues, E. S. Trilhas do rio Tapajós. Perspectivas socioambientais para a sustentabilidade. Belém: Supercores.

Weber, M. (2014). Economia e sociedade: fundamentos da sociologia compreensiva. Tradução de Regis Barbosa e Karen Elsabe Barbosa. Brasília: Editora Universidade de Brasília.